maio 6, 2018

Mirandópolis: o dia que enlouqueci meus pais ao me perder na cidade

Mirandópolis era a cidade onde moravam meus tios maternos. Fomos passear lá e eu saí rua afora. Tinha quatro anos e, claro, não consegui voltar pra casa. Meu pai sempre dizia que visita boa era aquela que não durava mais de três dias. Dentro dessa premissa, fomos então visitar meus tios maternos. Minha tia se chamava Virgínia, mas nós a chamávamos de tia Nega por ela ser a mais morena das irmãs da minha mãe. Junto com o marido, o tio Roque, eles tinham um bazar e moravam no andar de cima da loja. Enquanto todos tomavam café, eu desci silenciosamente, passei por entre os brinquedos, peguei um deles e saí rua afora. Pra falar a verdade, nem sabia pronunciar o nome da cidade corretamente. Caminhando sem rumo, perdi totalmente a noção do tempo e fui andando sem parar. Claro que chegou um momento em que eu me dei conta […]
abril 18, 2017

ROLÂNDIA ABRAÇA E ACOLHE VOCÊ. SEMPRE!

Rolândia, a minha cidade de coração, foi criada por alemães. O nome homenageia um guerreiro alemão, Roland. Porém, o que não falta é gozação com os moradores do município. Fundada por Oswald Nixdorf em 1934, integrante da Companhia de Terras Norte do Paraná, Rolândia tem cerca de 60 mil habitantes. A cidade tem forte presença de alemães que chegaram à cidade após a Segunda Guerra Mundial. Os japoneses também são numerosos. Neste vídeo, faço um breve relato da origem do município, principalmente para minimizar as brincadeiras feitas com os nascidos ali. Bremen, na Alemanha, é uma cidade amiga-irmã de Rolândia. É lá que existe a original da estátua do guerreiro Roland. Como toda cidade colonizada, a principal avenida se chama Expedicionários. O principal, deste vídeo, porém, são as minhas memórias. Embora tenha nascido em Corbélia, no Oeste do Paraná, mudamo-nos para Rolândia quando eu era ainda bebê. Ali vivi a maior […]
agosto 22, 2016

Um bom jeito de começar a semana

Curitiba, 6h30, hora de começar a semana, algo em torno de 1º grau lá fora, olhei a janela suada. Mal dava para ver o céu azul, límpido, lá fora. Ocorreu-me um trecho logo na abertura do Lavoura Arcaica, do Raduan Nassar: “Que culpa temos nós dessa planta da infância, de sua sedução, de seu viço e constância” (Jorge de Lima) Acho sempre muito curiosa essa relação que travamos com o tempo. Temos a falsa ilusão de que podemos, de alguma forma, controlá-lo. Na prática, somos seu mais fiel prisioneiro. Não importa o quanto nos movimentamos. É sempre ele, soberano, que determina o nosso destino. Como disse o próprio Raduan Nassar, “…O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem […]