João deveria ser o meu nome. A ideia era que eu tivesse um nome bíblico, como meu pai, avôs e todos os demais irmãos. Filho de evangélicos, sempre preferi nomes simples. Mas no trajeto do sítio ao Cartório, virei Gilberto e, finalmente, Edenilson. Como todo bom brasileiro, não gosto que errem meu nome. Infelizmente, isso é uma constância. Chamam-me de Ednilson, Adenilson, Adilson, Edmilson, Idenilson, Edilson. Sempre fico incomodado. Vasculhando documentos antigos da minha família, vi que este problema sempre existiu. Há papéis em que se encontra Edenirce – isso mesmo – Denirce – Santo Deus – e por aí vai. Nem meu pai, nem minha mãe nunca souberam explicar a razão da mudança. Quando comecei a trabalhar no jornalismo diário, rolavam dois erros que me deixavam puto. Eu trabalhava no Jornal de Londrina. Falava com secretárias de entrevistados e elas anunciavam: o Edmilson, da Folha, está aqui. Nunca fiz […]