Generosidade é a virtude de oferecer algo que é seu, que o outro precisa e que, ao doá-lo, você não perde nada. Além de fazer o bem ao beneficiário.
Nesses tempos de polarização e radicalismos, quando as pessoas parecem ter apenas fel para destilar, fazer uma pausa e pensar um pouco em coisas boas é algo que pode mudar a cor do nosso dia.
Já temos problemas demais. São muitas as tragédias cotidianas. Há muito esforço por nada, muita injustiça. Se no meio disso tudo, a gente não conseguir um espaço mínimo para “respirar”, muito rapidamente podemos ter problemas sérios. Tudo isso vai se acumulando e, quase sem perceber, ficamos doentes. Ansiedade, estresse, depressão, angústias. Sintomas que vão se acumulando e o corpo, claro, vai somatizar.
O filósofo André Comte-Sponville, no livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, traz muitas definições para a generosidade.
Para o autor, “a generosidade, como todas as virtudes, é plural, tanto em seu conteúdo como nos nomes que lhes prestamos ou que se servem para designá-la. Somada à coragem, pode ser heroísmo. Somada à justiça, faz-se equidade. Somada à compaixão, torna-se benevolência. Somada à misericórdia, vira indulgência. Mas seu mais belo nome é seu segredo, que todos conhecem: somada à doçura, ela se chama bondade”.
Diante de definição tão bela, eu não tenho a menor dúvida que teríamos um mundo muito melhor, se fôssemos mais generosos. Ou bondosos, como finaliza Sponville.
Esta virtude, ou sentimento, ou atitude, não importa, torna-se ainda mais significativa quando praticada sem segundas intenções. Sem expectativa de ter algo em troca e, principalmente, não esperar nada em troca.
Embora pareça contraditório, já que neste post aqui eu falei sobre criar expectativa, quando o tema é generosidade, fica mais interessante o despojamento. Não há nada a perder em ser bom. Ou generoso, se preferir.