Justiça, a nova minissérie da Globo é um espetáculo! Escrita por Manuela Dias, a mesma autora da excelente Ligações Perigosas, exibida no começo do ano, e com direção segura de José Luiz Villamarin, é entretenimento da melhor qualidade.
A minissérie fala dos mais variados tipos de amor e do que somos capazes de fazer em nome dele. Trata da vingança. Discute o desamor. Descortina sentimentos escondidos. Consegue apontar o nosso melhor. Ressalta o que temos de pior.
Revela todas as nossas fragilidades, nos coloca frente a frente com o espelho. Justiça identifica o animal feroz que existe em cada um. Justiça é um pouco de cada um de nós.
Manuela Dias, a autora, construiu um roteiro muito interessante fazendo quatro histórias se relacionarem com personagens presentes em todas elas. Ela deixa claro que a produção brasileira não fica atrás de nenhuma série norte-americana.
O elenco é primoroso e está afiadíssimo. Debora Bloch, Marina Ruy Barbosa, Jesuíta Barbosa, Adriana Esteves, Luiza Arraes, Vladimir Brichta, Antonio Calloni, Luiz Carlos Vasconcellos, Leandra Leal, Drica Moraes, Cauã Reymond, Marjorie Estiano, Enrique Diaz. Nada destoa. É notável o envolvimento e entrega para que Justiça seja algo realmente diferenciado.
Outro detalhe: a trilha sonora é impecável, colabora decisivamente para a narrativa. Damien Rice aparece em todos os episódios, basicamente nos momentos em que é preciso glorificar a busca pela justiça ou mesmo celebrar a vingança. Chico Buarque e Zizi Possi também embalam as tragédias do cotidiano. .
Além da direção segura de José Luiz Villamarin, a escolha de Recife como cenário nos dá a oportunidade de ver que existe vida interessante além do eixo Rio-São Paulo. Walter Carvalho, o diretor de fotografia, busca enquadramentos e tons de luz que facilitam a compreensão exata do a obra se propõe. Justiça é uma minissérie que mostra como a Globo é competente e se diferenciar da concorrência ousando com produtos de alta qualidade.