Leticia Colin ilumina os capítulos de Segundo Sol, a novela das 21 horas da Rede Globo. Numa trama de fortes personagens femininos, a garota de programa Rosa se destaca.
João Emanuel Carneiro é mestre em criar mulheres marcantes. Foi assim com a Preta, de Da cor do pecado, Flora e Donatela, em A Favorita, Carminha, a insuperável, em Avenida Brasil e Atena, de A Regra do Jogo.
Na trama exibida atualmente, Adriana Esteves, Deborah Secco, Giovana Antonelli, Fabiula Nascimento, Maria Luisa Mendonça, Nanda Costa e Luisa Arraes foram presenteadas.
Porém, entre todas, a de maior destaque é Leticia Colin. A garota de programa Rosa é o melhor que existe na novela, na minha modesta opinião. Uma personagem cheia de “camadas”, nuances e que permite à atriz deitar e rolar.
Os dilemas morais, as forças e fraquezas de Rosa ganharam a simpatia do público e da crítica. Mais do que isso, na verdade: caiu totalmente no gosto popular.
Ela começou em Malhação e foi comendo pelas beiradas. Já em Sete Vidas, a excelente novela de Lícia Manzo, mostrou que levou a profissão de atriz a sério.
Na minissérie Nada Será Como Antes estava deslumbrante. No ano passado, em Novo Mundo, sim, mostrou que não estava para brincadeira. A imperatriz Leopoldina foi um grande trabalho de composição de personagem.
Pequenos detalhes, gestos, sotaque. Muitos críticos já apontavam-na como a melhor do ano. Agora, em Segundo Sol, ela se coloca como atriz de primeiro time.
Tal como aconteceu com Camila Pitanga com a Bebel, de Paraíso Tropical, a prostituta é um divisor de águas na carreira de Leticia Colin. Pode apostar que será alçada à protagonista no próximo trabalho.
É a meritocracia no seu máximo. Capítulo após capítulo, Rosa cativa público e crítica. Por ser uma obra aberta, não sabemos o final da personagem. Ela, como nós, não sabe ao certo que caminho seguir. E talvez seja justamente isso que a aproxime tanto da gente.