Whatsapp facilitou a vida do mundo contemporâneo. O aplicativo, porém, está acabando com o hábito de falar ao telefone. Não se discutem os benefícios que os aplicativos trouxeram para o cotidiano de pessoas, empresas, organizações, relacionamentos variados.
No caso específico do Whatsapp ele está transformando cada vez a forma como as pessoas se comunicam. Além de acabar com as mensagens SMS das operadoras de telefonia celular, o primeiro hábito é sempre perguntar ao outro o número do Whatsapp. Quase não se fala mais em telefone propriamente dito.
Aqui no Brasil, quando por decisão judicial, o aplicativo ficou inoperante por algum períodos, as pessoas se viam “loucas”, perdidas. Não era incomum as reportagens sobre os prejuízos comerciais provocados pois muitas empresas já se relacionam com os clientes de modo virtual.
Tenho um amigo, inclusive, que fala que passar o número do whats é algo absolutamente íntimo.
Cada dia que passa as pessoas se falam menos. Se por um lado, você pode olhar e conversar com alguém que está em outros países de maneira muito rápida e fácil, o mesmo aplicativo isola os amigos que estão muito próximos.
Falar com alguém, ao vivo ou pelo telefone, dá vida, cor, substância, faz a pessoa existir de fato. O que ocorre hoje, no máximo, é alguém gravar um áudio para enviá-lo pelo próprio aplicativo.
Um outro amigo meu, estudante de Filosofia, diz que ligar para alguém pode ser uma invasão de intimidade. Quando você recebe uma mensagem – de texto ou áudio – tem a opção de lê-la no momento que lhe convier. Alguns, inclusive, desativam o aviso de notificação para que o remetente não saiba que eles já viram a mensagem.
Para este meu amigo, quando você telefona, o outro tem a obrigação de parar tudo o que está fazendo para lhe dar atenção. E isso pode significar ultrapassar determinados “limites”.
Não existe um exagero de ambas as partes? Não seria interessante balancear a utilização e dar um pouco de atenção real, ao vivo e em cores àqueles que amamos?