Sigilo. Se você tem um amor que realmente vale a pena, não fique contando para os outros. A inveja é grande e o “olho gordo” pode por tudo a perder.
Novamente é preciso citar Zygmunt Bauman, que no livro Amores Líquidos, fala sobre a fragilidade dos relacionamentos contemporâneos.
É fato que o olhar de “gavião” sempre existiu. A cobiça é tão antiga que voila, está entre os 10 mandamentos da bíblia. Desde que o mundo é mundo, há alguém tentando empatar a vida alheia.
Hoje, a despeito da vontade absurda de fugir da solidão, de ter uma relação estável, as pessoas não sabem como agir e, muitas vezes, cometem atos desesperadores. Incapazes de conquistas individuais, acabam desejando alguém que já tem outro compromisso.
Se o segredo é a “alma do negócio”, por que seria diferente com o romance, o amor? Nesses tempos tão agitados, quando se conquista alguém, quando se encontra uma pessoa com afinidades e interesses comuns, é melhor não ficar espalhando.
Certa vez, entrevistei um casal que estava juntos havia mais de 60 anos. O homem disse que o amor estava na cabeça, não no coração. Explicou que a cabeça é prática, realista. O coração é fogo, paixão, enlouquecimento. E que, diante de tanto perigo, era melhor cuidar bem do amor. Do contrário, ele poderia escapar.
Nesses tempos de excessivo exibicionismo, nem tudo precisa ser escancarado. As qualidades, as gentilezas, o cuidado que o seu amor tem com você, são sensações únicas, exclusivas, individuais. Do casal.
Não adianta você tentar explicar o que está sentindo para os outros porque esses momentos são exclusivos seus. Detalhá-los aos outros, poderá estimular o interesse, o olhar e, ao final, a inveja.
Creia: a inveja sempre é ruim. Mesmo quando falam da inveja branca, não há conversa. Por isso, ame e cuide do seu amor. Com discrição.