Responsabilidade emocional: é admissível que a gente tenha dúvida sobre ter ou não uma relação estável. Só não vale enrolar o outro.
Como bem escreveu Antoine de Saint-Exupéry, no clássico da literatura infantil mundial, O Pequeno Príncipe, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Num primeiro momento pode até parecer frase de para choque de caminhão. A frase, entretanto, é linda, principalmente se considerarmos a época de lançamento do livro, início da década de 40.
Hoje as relações estão mais fugazes. Embora deseje-se muito encontrar alguém, os esforços para ficar juntos não costumam ser muito fortes. Diante da segunda ou terceira divergência, cada um prefere seguir o próprio caminho.
Contra fatos não há argumentos, certo? Novos tempos, novas formas de se relacionar. Ainda assim, acho importante ter um mínimo de cuidado com as pessoas com as quais nos envolvemos.
Eu entendo o namoro como aquele período em que as duas pessoas estão se conhecendo. E não vejo problema algum em, após certo tempo de convivência, um dos integrantes perceba que não quer seguir adiante com o relacionamento.
Só acho bem complicado ficar enrolando o outro. Na verdade, as pessoas fogem cada vez mais da conversa. Não vou dizer “discutir a relação” porque isso pode soar sempre muito chato.
Os casais, porém, precisam conversar. Se existem dúvidas, elas devem ser esclarecidas. As divergências, quando postas à mesa, podem ser minimizadas. Tudo, evidente, em nome da relação.
Vejo que entre os casais que estão juntos há um determinado tempo, o abismo é cada vez maior. Simplesmente não há diálogo. Tudo é colocado debaixo do tapete, criando o famoso caderno de mágoas, conforme disse neste vídeo aqui.
Acho sim, que sou responsável por envolver as pessoas na minha vida. O mínimo que posso fazer é, em respeito a essa pessoa, dizer a ela quando há algo que não me agrada. Ainda que o outro sofra, será muito menos que a sensação de ser enganado.