Um dia você será a tábua de salvação de alguém. E, muito provavelmente, alguém será o mesmo para você.
Você deve ter assistido ao Titanic, não? Talvez tenha sido o filme que eu mais vi em toda a minha vida. Lembra daquele momento no final que a Rose fica apoiada num dos destroços do navio e deixa o Jack morrer congelado? Então, ela usou aquela tábua para se salvar. Há quem diga que foi muito egoísmo dela, que haveria espaço para ela dividir com o amado, mas daí você não choraria no encerramento do filme, certo?
Pois bem. Na nossa vida, sempre usamos a tábua de salvação, consciente ou inconscientemente. E ela aparece justamente quando terminamos uma relação duradoura, fica naquele vai e vem com o ex até a gente se curar. Pesquisas indicam que ficar na “fossa” está totalmente fora de moda. Um novo romance vai ser muito benéfico para você se reestruturar. A tábua, porém, só nos ajuda a chegar à praia. Depois de solo firme, certamente buscaremos voos diferentes.
E ninguém precisa se sentir mal por isso. Todos estamos de passagem na vida um dos outros. Eu já fui tábua dos outros. E, sem dúvida alguma, também o fui para muitas pessoas. Faz parte, a vida segue. O bom é aproveitar o tempo que se está junto. O resto é argumento para poesia.
O tempo passa e, dia após dia, vamos deixando o romantismo de lado. E considero isso extremamente positivo. Costumamos fantasiar, criar melodramas e damos a isso o nome de romance. A maturidade faz-nos perceber que é possível ser romântico sem ser piegas. Quando conseguimos agir mais de maneira cerebral, pensando nos atos que praticamos, não tenho dúvida que construímos relações melhores.
Sem perder o respeito pelo outro, vamos viver tudo o que há pra viver. Vamos nos divertir. A vida ficará mais leve.