Polarização em tudo o que se faz ou se comenta. O politicamente correto e o extremismo tornam os dias atuais muito chatos. O fato de qualquer assunto ficar disponível na internet, torna as redes sociais um campo de batalha infindável e de proporções avassaladoras. Diria até que estão se tornando verdadeiros tribunais de exceção.
O que mais que incomoda nessa história toda é absoluta falta de tolerância e respeito com a opinião diferente. Acrescente-se as analogias completamente distorcidas e pronto: temos posicionamentos radicais de todos os lados. Se você afirma que gosta do branco, automaticamente avaliam que você não aprecia o preto. Se você gosta de sertanejo universitário, a tribo da música eletrônica já se revolta. Se você tem determinada inclinação política, tudo o que se opuser a ela, não significa absolutamente nada.
O mais triste deste momento de radicalismo e retorno ao conservadorismo mais radical é que algumas amizades têm sido desfeitas por causa de pontos de vistas diversos.
O que percebemos hoje é apenas o confronto gratuito. Não há mais debate, espaço para que temas possam ser discutidos à luz da lucidez. Há verdadeiros embates em que o mais importante é fazer valer a própria opinião.
Há quem diga que os idiotas e suas ideias cretinas sempre existiram. Hoje, com as redes sociais, eles encontraram alto falante e, principalmente, eco para todo e qualquer absurdo.
No Enem de 2016, o tema da redação foi a intolerância religiosa. O desrespeito à opinião alheia, porém, extrapola muitas outras frentes. Há intolerância de cor, credo, raça, gênero, gosto. Enfim, tudo é policiado. Ao menor deslize – como se não fôssemos humanos – tudo se transforma numa patética tragédia. Ganha-se espaço, repercute-se, para logo deixar os holofotes, tão rápido quanto apareceu.
E neste caótico cenário pós moderno ou pós qualquer coisa, será que vale a pena perder um amigo que pensa diferente de você?