Sonho ser médico, engenheiro, dentista, arquiteto. Pouca gente sonha em ser professor. É comum ouvir que o sonho de carreira profissional de jovens e adolescentes esteja entre profissões de prestígio elevado. O contato com a realidade profissional ajuda o futuro profissional a escolher a área que tem mais afinidade. Fugindo um pouco dessa tendência, alguns jovens andam escolhendo ensinar, o que é um ótimo sinal.
Leandro Rastke curso Física na Universidade Federal do Paraná. Antes, queria ser engenheiro mecânico, mas hoje se vê na área acadêmica. Ele é um caso raro e talvez um alento diante dos números apresentados pelo Ministério da Educação, o MEC. De acordo com a última estimativa divulgada no ano passado, faltam cerca de 170 mil docentes nos ensinos fundamental e médio do País.
A situação mais grave no país é entre os professores de Física. São quase 10 mil profissionais a menos que a demanda das escolas. Química e Sociologia completam as três áreas mais críticas, com carência de 4,8 mil e 4,6 mil professores, respectivamente. Juntas, as três disciplinas respondem por 59% do déficit.
Baixos salários, falta de progressão na carreira e reflexos de problemas sociais dentro da escola tornam pouco atrativa uma profissão essencial para o desenvolvimento do país: a de professor.
Especialistas alertam que não só os baixos salários tornam a docência menos atraente. Além da remuneração, faltam planos de carreira e ainda é preciso lidar com questões como desagregação familiar e agressões em sala de aula, que extrapolam o âmbito da educação.
Outro agravante é que a educação figura apenas como retórica nos discursos políticos. Para que haja mudanças estruturais, urge planejar ações pensando em resultados para 20 anos. Sem professor não profissão alguma. A base para o desenvolvimento e crescimento de um país está no investimento em tecnologia. E isso passa, necessariamente, pela formação e disponibilização de bons professores.
Que o Leandro não esteja só.