Para criarmos intimidade, você é meu “mozinho”, eu sou o seu “mozão”. O escritor Luis Fernando Veríssimo, numa das crônicas d’A Comédia da Vida Privada, vaticinou: para um relacionamento dar certo, o casal precisa criar um apelido.
De forma muito bem humorada, ele defende que todos os “inhos” colocados pós adjetivos, configuram uma intimidade muito saudável ao casal. É o tipo de brincadeira que cai bem. Estabelece cumplicidade. O tempo pode passar, você pode mudar de lugar, trocar de parceiro. Mas ao reencontrar um antigo amor, vai se lembrar sempre do apelido íntimo.
Muita gente costuma ter vergonha de revelar esses apelidos. Mas o Conta pro Tio foi às ruas de Curitiba ouvir as pessoas. E as respostas foram muito engraçadas.
Benhê, Panda, Chuchu, Xu, Amor daqui, Amor de Lá, Ayune, Guid Gued, Tio, Anjo. A criatividade não para. Tchuquinho, Pudim, Nego, Nega, “Peto”, Tigrão, Gata, Amor, Bem. Morena, Gatinha. Até mesmo um “Gordinho” ou “Gordinha” pode ficar agradável, quando sai da boca da paixão da sua vida.
A realidade é esta. Você conhece uma pessoa, dá uns beijos, convida para jantar, pegar um cinema. A relação vai evoluindo, o sexo é bom e, de repente, você se descobre apaixonado. Talvez cometa o exagero de imaginar, logo de cara, tratar-se do grande amor da sua vida. Para garantir a perenidade do relacionamento, o carinho se concretiza nos apelidos.
E a construção desses nomes obedece uma lógica, ou uma semiótica, que só diz respeito mesmo ao casal. Às vezes, elaboramos tantas e tantas teorias sobre os relacionamentos, que acabamos esquecendo do principal. A gentileza, o afeto e a ternura tornam-se mais e mais significativos para se enfrentar os desafios do cotidiano.
Portanto, se você está apaixonado e ainda não o criou, procure um apelido já. Só um detalhe: não caia na besteira de chamar o amor atual com o apelido do ex. Você terá problemas.
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Eu morro de vontade de descobrir o que o apelido ”XU” significa