A sua namorada tem um filho. Isso você tira de letra. O problema é ficar ouvindo os pitacos dos outros na sua vida.
A gente costuma pensar que o preconceito existe quando envolve gênero sexual, idade, classe social, raça. Ledo engano. Basta você se distrair e lá vem alguém muito dono da verdade, achando isso ou aquilo sobre a sua vida.
Um sobrinho meu do coração está completamente apaixonado, namorando uma garota. Os dois estão muito felizes, mas a namorada tem um filho.
Para as mães, principalmente, seria o equivalente a dizer que a nora já vem com um “pacote”. Esta é maneira mais singela de referir ao possível neto postiço.
O tempo passa, o tempo voa, aparentemente tudo muda. Mas, impressionante que, com um olhar mais atento, tudo continua exatamente no mesmo lugar.
Eu tenho comigo que a alegria alheia incomoda. Como bem cantou a Rita Lee na música Erva Venenosa. Como a grande maioria das pessoas passam pela vida de carona, qualquer sinal de felicidade ao redor, complica.
Quando se trata de amor, não podemos nos deixar levar pela maioria. Claro que não devemos nos cegar diante de fatos e argumentos, mas o sentimento precisa ser colocado em primeiro plano. Sem ilusões românticas, o namoro serve justamente para que o casal se conheça. Descubra afinidades, divergências, limites e cuidados de um para com o outro.
Constatadas as diversidades, avalia-se, então, se a vida a dois poderá valer a pena. Não há outro jeito de viver a não ser vivendo. É um clichê danado, mas a vida e o amor assim o são.
A vida a dois é construída passo a passo. Um dia de cada vez. Não se pode pular etapas. A namorada ter um filho não pode ser impedimento para a vivência do amor romântico. Os outros? Fodam-se!