Não tenho vergonha de confessar. Só entendi que a umbanda e o candomblé eram religiões africanas quando entrei para a Universidade Estadual de Londrina. Filho de evangélicos, até então, fui impregnado com a ideia de que era algo relacionado com o diabo, veja que besteira.
A convite de um amigo muito querido – que faria um ritual de passagem na religião que escolhera, fui a um terreiro de umbanda. Fiz questão de ressaltar que iria participar apenas como observador.
Na minha tenra ingenuidade, comecei a estranhar a chegada de pessoas com alguns animais, carnes etc.
Estava com uma inflamação no ouvido e, dentre as mais de 300 pessoas que estavam no terreiro naquele dia, um dos Exus incorporados decidiu vir falar justamente comigo.
Eu fiquei muito impressionado com o fato dele “descobrir” que havia uma inflamação no meu ouvido. E mais: que eu era filho de evangélicos.
O fato é que fiquei com medo de tudo o que ele propusera, que saí correndo do terreiro. Nem esperei o término da cerimônia.
No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais.
O Candomblé considera que as divindades, ou seja os Orixás, incorporam nos médiuns (cavalos ou aparelhos).
Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, são os Falangeiros de Orixás.
Eles são representantes deles, e não os próprios.
A Umbanda considera os Exus não como deuses, mas como uma entidade em evolução que busca, através da caridade, a evolução.
Em síntese, o grande agente mágico do equilíbrio universal.
Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde opera com forças do astral.
E também são considerados como “policiais”, “sentinelas”, “seguranças” que agem pela Lei, no submundo do “crime” organizado e principalmente policiando o Médium no seu dia-a-dia.
As “equipes” de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela.