A minissérie Justiça terminou com excelentes números de audiência e críticas muito positivas. De fato, Justiça foi o entretenimento de melhor qualidade exibido na Globo, ou na televisão aberta deste ano. Justiça poderia muito bem ganhar uma nova temporada.
De acordo com a autora Manuela Dias, que virou a mais nova queridinha da Globo, pelo trabalho feito em Justiça, o entrelaçamento das histórias ocorreu porque a vida da gente é assim. Enquanto escrevo este texto, quanta coisa está acontecendo bem ao meu redor e eu não sei?
O final de cada episódio de Justiça deixou possibilidades, não só de continuação, mas também questionamentos que farão o público refletir.
Enquanto a personagem de Débora Bloch decidiu não matar o assassino da filha, a esposa do assassino termina o episódio fazendo aulas de tiro. Será que ela vai matar Elisa (Débora) por ter transado com o marido dela? Eu daria uma chance ao Vicente. Ele cumpriu a pena, estava arrependido e talvez fosse importante recomeçar. Mais uma vez, Justiça nos surpreendeu com um final inquietante.
A Fátima (Adriana Esteves) quase se viu numa enrascada por uma polícia miliciante e acabou sendo salva justamente pelo vizinho que a colocou na cadeia. Ao invés do ódio, Fátima cultivou o perdão e retomou a vida, apesar dos pesares. Merecia o final feliz ao lado do operário.
Luisa Arraes colocou pra fora toda a raiva que sente alguém vítima de qualquer tipo de crime. No caso dela, foi o estupro. E ela fez justiça com as próprias mãos, matando a pauladas o homem que a estuprara.
Já o Maurício (Cauã Reymond) arquitetou um plano para que o atropelador da esposa, que pediu para ser morta e ele foi preso por ter praticado a eutanásia, fosse parar na cadeia. Fez justiça como se deve, embora tenha usado a esposa insatisfeita (Drica Moraes, excelente, pra variar) para atingir o objetivo. Ao deixar Recife, cruza com a personagem de Luisa Arraes numa estrada e oferece-lhe carona. Há um novo caminho para ser seguido. Justiça vai deixar saudades. Que venha uma nova temporada de Justiça.