Papel de trouxa não é uma alcunha que cai bem. Se algum amigo seu estiver fazendo este papel, você deve avisá-lo. Eu, ao menos, faria isso. Esta é uma seara muito delicada.
Eu gravei este vídeo porque um amigo descobriu que o namorado de uma amiga muito querida é gay. E ele, o meu amigo, não tem dúvida sobre a sexualidade do tal. Situações assim são muito comuns. Por uma questão de lealdade, eu acho que a amiga deve ao menos ser avisada. Daí ela decide se continua ou não com ele.
Lembro da novela, Duas Caras, escrita pelo Aguinaldo Silva. No primeiro capítulo, Tarcísio Meira disse ao filho, uma criança com sete, oito anos: “todo dia alguém otário acorda pedindo para ser enganado. A gente tem tem que fazer isso por essa pessoa”.
É fato que muitas pessoas, cegas pela paixão, deixam-se enganar até o limite da paciência. Porém, quando temos amigos verdadeiros, devemos-lhes ao menos a verdade. Creio que, ao descobrir alguma falha de conduta ou caráter, o outro ao menos deve ser informado.
Certa vez, estava em uma boate com um casal de amigas. Eu era o melhor amigo de uma delas. Quando fui ao banheiro, encontrei a namorada dela beijando outra garota. Imediatamente puxei-a pelo braço e intimei-a: “você vai descer comigo agora e contar pra ela o que você estava fazendo. Ela não vai acreditar em mim, mas vai ouvir da sua própria boca”. Descemos, ela contou, rolou aquele barraco, separaram-se por algum tempo. Depois voltaram.
Ainda assim, não me arrependi do que fiz. Sempre acho que a verdade dói menos que a mentira porque ela é única. Já a mentira, toda vez que for lembrada.
Claro que a postura de delator só pode ser tomada se você tiver absoluta certeza e, principalmente, se tiver confiança entre você e o envolvido. Do contrário, parecerá fofoca.
Fique atento.