Paixonite aguda só consegue fazer estragos. Afasta os amigos, principalmente, e transforma a pessoa num tipo de escrava da “paixão”. Assim como todas as palavras terminadas em “ite” (faringite, amigdalite, sinusite, bronquite, conjuntivite) é uma doença. E contra ela não existe remédio melhor do que o tempo.
Aliás, o mais recomendável, inclusive, é não se meter em relacionamentos muito apaixonados. Este vídeo eu decidi gravar a pedido de uma amiga do cursinho. Ela contou ao Tio que está solteira e, tempos atrás, estava navegando pelo Tinder. Qual não foi a surpresa dela ao encontrar o namorado de uma amiga. E mais: ele deu “match” e começaram a conversar.
Depois de dar um “passa fora” no garoto, ela resolveu contar o ocorrido à amiga apaixonada. E, surpresa, a menina ficou enfurecida. Não com o fato do namorado – mesmo dizendo-se fiel, exclusivo etc. e tal – estar procurando pessoas no aplicativo, mas com a minha amiga. Ou seja: o problema não era a mensagem, mas o mensageiro.
Em situações como esta o melhor é ficar de fora, não se meter. A pessoa quando se apaixona fica completamente cega. E quanto mais as pessoas falarem, darem palpites, e, terror dos terrores, apontar defeitos no objeto desta paixão, pior será.
Há pessoas que parecem ter uma vocação para serem curvas de rio, entende? Tem uma mórbida atração por malandros e tal.
Evidentemente que aos 17, 18, 20 anos, nada pode ser levado muito a sério. Porém, não se justifica muito envolver o outro em uma história que nem a própria pessoa dá significados de compromisso. Como muito bem escreveu Zygmunt Bauman, os relacionamentos contemporâneos são muito, muito frágeis. Ele fala do amor líquido e da insegurança inspirada por essa condição, o que estimula desejos conflitantes de estreitar laços e ao mesmo tempo, mantê-los frouxos.
Ou seja: um grande desafio.