Auto engano é uma erva daninha que nos impede de enxergar a verdade. Seja por comodismo ou medo, o auto engano afeta nossas relações com os outros e, principalmente, com nós mesmos. O grande trunfo de enxergar a verdadeira realidade e não aquilo que fantasiamos estar vivendo, muitas vezes não é uma tarefa fácil.
Ler o livro do Eduardo Giannetti mudou a forma como eu via muitas coisas. Confira a sinopse da obra, publicada pela editora Companhia das Letras:
“Este é um livro sobre as mentiras que contamos a nós mesmos. Mentimos para nós o tempo todo. Adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o auto-engano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto. Abandonados a ele, entretanto, perdemos a dimensão que nos reúne às outras pessoas e possibilita a convivência social.
O problema é que as mentiras que nos contamos não trazem seu nome verdadeiro estampado na fronte. É preciso, por isso, analisar os caminhos que nos levam até elas. Encontraremos aí a origem de grandes conquistas e alegrias, mas também dos sofrimentos que muitas vezes causamos a nós mesmos e às pessoas que nos cercam.”
Ao nos vermos enredados numa mentira, tendemos a achar que ela é verdade. Temos o hábito de achar que enganamos o instrutora da academia. Fingimos que os pais não percebem que estamos matando aula. Pais fecham os olhos para o comportamento agressivo e diferente dos filhos. Calamos diante de uma relação interpessoal que não vai bem. Fingimos orgasmos.
Tudo isso não passa de uma grande cilada. Pior que enganar o outro, é ser tolo consigo mesmo. Isso só nos fará girar em círculo.