É só na ficção que os namoros desiguais dão certo. E por um período muito curto, geralmente. Pra quem ainda acredita na teoria que opostos se atraem, há controvérsias. Uma relação desigual, seja ela financeira, religiosa, de idade ou de personalidade, é muito mais motivo de desarmonia do que de complemento. Isso também não quer dizer que não haja exceções.
Geralmente é por carência, falta de amor próprio, que a gente acaba embarcando em relações desiguais. Ao nos colocarmos diante do outro de forma vulnerável, damos a ele a condição de se aproveitar da nossa fragilidade.
O pior de uma relação desigual é que os conflitos são inevitáveis. Se você namora alguém muito jovem, por exemplo, a questão financeira se sobressai. Enquanto você já possui uma situação estável, o outro está começando. Para fazerem coisas juntos, terá que por a mão no bolso.
E se esta pessoa desejar ir à balada e dançar até o sol nascer? Se você já é o tiozinho como eu, estará cansado. Mais uma oportunidade para desgastar a relação.
Geralmente os mais maduros costumam ter ciúmes dos jovens. Não querem “permitir” que o outro viva experiências típicas da idade. Será que você tem esse direito?
As diferenças religiosas também podem comprometer a relação. Quando lidamos com a fé, cada um tem as próprias crenças. E, sinceramente, não acho que isso possa ser algo colocado em discussão.
Religião também remete à formação cultural. Quando existem abismos de informações e formação entre o casal, sobre o que ele vai conversar? Tem como uma relação dar certo se, após assistir um filme juntos, o outro não consegue assimilar a mensagem da obra? Infelizmente, só o amor não basta para que uma relação dê certo.
A paciência, a tolerância e o respeito, costumam ser limitados quando se trata de relacionamento. Não adianta fugir, nem fingir pra si mesmo. É muita coisa conspirando contra. Merece reflexão.