Morte costuma ser um tema a ser evitado porque envolve dor. Porém, ao tratar dela, creio que valorizamos a vida. Não há nada mais certo na vida de que este momento irá chegar. Muitas vezes, ela vem com o decorrer natural do tempo. Em outras, a lógica se inverte e nos deparamos com tragédias – sejam acidentes, doenças, crimes, que subverte a regra. Pais enterram os filhos.
No mês passado, fomos atingidos pela tragédia que matou dezenas de pessoas num voo que ia à Bolívia. No avião estavam jogadores e jornalistas que iriam cobrir o primeiro jogo da decisão da Copa Sul Americana. Seria a realização de um sonho para os jovens atletas da Chapecoense, time catarinense sediado em Chapecó. Entretanto, a hora deles terminou antes da aterrisagem. O Brasil e o Mundo se solidarizam com as famílias, com o próprio time. O acidente deu-nos a possibilidade de chorar e tirar o nó da garganta que nos acomete neste 2016 de tantas dificuldade.
Quando a morte vem de forma inesperada, ela provoca muitas reflexões. A primeira é que a vida se mostra realmente muito frágil e rara. Depois, ela nos convida a avaliar os relacionamentos que cultivamos. Até porque, a finitude nos iguala. Ela atinge a todos, independente de credo, cor, idade, raça, posição social.
Dentro desta perspectiva, penso o quão importante é vivermos o presente. Claro que é preciso ter um olho previdente com o futuro e uma base para não repetir erros do passado, mas o necessário é valorizar o agora. E creio que são os afetos a nossa maior e melhor sustentação. Isso é algo que não se pode deixar para o amanhã. Cuidar dos amigos, da família, dos pais, dos irmãos, dos amores é algo para não ser adiado. Nós só temos o hoje, o agora. Não podemos, nem devemos nos amesquinhar.
Distribua amor. E tudo mais lhe será acrescentado.