Morar sozinho muda a vida de qualquer pessoa. Junto com a liberdade, vêm as responsabilidades e isso faz toda a diferença.
Lá no meio da década de 80, Lulu Santos, um dos astros pop mais ouvidos no Brasil, lançou a música Minha Vida. A letra calou fundo em muitos adolescentes da época que, como eu, sonhava em sair de casa. Um dos trechos dizia que:
Quando eu sai de casa
Minha mãe me disse
Baby, você vai se arrepender
Pois o mundo lá fora
Num segundo te devora
Dito e feito
Mas eu não dei o braço a torcer
O sonho da minha vida era ter a minha própria casa. Não ter que dar satisfações, fazer as minhas escolhas e responder por elas.
Eu estava prestes a completar 21 anos e trabalhava no Banco do Brasil. Fui transferido de Rolândia para Londrina e estava no último ano da faculdade de jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A minha saída de casa foi muito tranquila. Sempre tive um bom relacionamento com meus pais. Trabalhava desde os 14 anos e, desde então, já respondia pelos meus gastos.
Meus pais, queridos, pediram-me que não colocasse brinco, nem fizesse tatuagem. Rimos juntos, já que nunca tinha pensado naquilo e não entendi porque isso seria uma preocupação para eles.
Depois que passei a morar sozinho, o afeto e carinho com os meus pais aumentaram muito. Ficamos ainda mais cúmplices, embora em casas separadas.
Creio que a gente se torna pessoas melhores quando tomamos essa atitude. A liberdade é algo muito importante. Mais do que isso, você se tornar adulto, responder pelos próprios atos é algo que não tem preço.
Eu recomendo, indico, dou apoio a qualquer pessoa que esteja pensando nisso. É importante sair do ninho, criar asas, ter o próprio canto.
Acho que quando se consegue fazer isso com os próprios recursos, tudo fica ainda muito melhor.