Será que é dos carecas que se gostam mais? Este tenebroso adágio popular parece ter um fundo de verdade. Porém, quem começa a perder os cabelos fica numa grande insegurança. Confesso que para mim não foi fácil.
Enfrentar a calvície não é para os fracos. Num primeiro momento a gente fica muito inseguro, mas com um pouco de boa vontade, percebe-se que isso é como chifre: algo que se coloca na cabeça. Quer dizer, neste caso, tira.
Num espaço de dois anos perdi a maioria dos meus cabelos. Quando o “processo” começou, estava sendo lançado um novo medicamento chamado Finasterida. Associado com o Minoxidil, ele prometia dar vida nova aos bulbos capilares, bem como seguras os fios que ainda estivessem no couro cabeludo.
A grande “neura” que rondava o uso do medicamento era que ele pudesse causar impotência. Na verdade, o remédio era utilizado para o tratamento de câncer de próstata. Em tratamento com pacientes da doença, percebeu-se o surgimento dos cabelos. Usado em baixa dosagem, ela não provoca nenhuma reação. Essas foram as orientações que recebi da excelente dermatologista londrinense, Rosa Calland. O uso do Finasterida não me trouxe problemas e retardou um pouco a “instalação do aeroporto de mosquito”.
No começo, eu imaginava que nunca mais alguém fosse se interessar por mim por causa da careca. Felizmente me enganei. Dá até pra dizer que algumas pessoas se interessaram por mim justamente pelo excesso de hormônios. Concretamente, foi depois da calvície que eu fiquei com as pessoas mais bonitas até hoje.
Como bem disse a minha terapeuta à época, a real é que isso só deve incomodar os outros, certo? Ou você crê que são os cabelos que podem mudar o rumo de uma história? Para alguns sim, para outros não. Segue a vida, até porque ela não pode depender da aprovação alheia. Não é?