Verdade não é algo absoluto. Muito pelo contrário. Por mais paradoxal que pareça, é preciso considerar vários fatores para entender melhor o que isso significa.
Na década de 90, houve um filme que fez muito sucesso, chamado Sociedade dos Poetas Mortos. Dirigido por Peter Weir e estrelado pelo finado Robins Willians, a película mostrava um professor de literatura que estimulava os alunos a ver além do que liam.
Houve uma cena muito marcante para mim. Um personagem, todo reprimido até então, é instigado a se manifestar poeticamente. Ela termina a fala, emocionado, dizendo que “a verdade é um cobertor que não aquece os pés”. Concordo plenamente.
Depois que a gente perde o afã juvenil, começa a entender que todas as pessoas são feitas de camadas. Cada um, a seu modo, tem uma visão de mundo muito própria. Nos dias atuais, é impossível não fugir do diálogo, do debate das ideias, do contato com aquilo que é diferente.
Todos temos liberdade de agir e responder pelos próprios atos. As suas crenças, a forma como você foi criado, os valores que adquiriu ao longo da vida, fazem-no uma pessoa singular.
Porém, não é possível infringir as normas de conduta que regem a sociedade. As leis e a ética são fundamentais para que possamos conviver bem.
É direito de todos nós vivermos em plenitude até o limite do espaço alheio. Ninguém tem autoridade moral para determinar o que cada indivíduo pode ou não fazer.
Dito isso, não podemos nunca afirmar que a verdade é absoluta. Muito pelo contrário. Ela depende de vários fatores, circunstâncias, situações, capacidade intelectual de interpretação.
No máximo, para sermos justos, devemos considerá-la relativa. Há sempre um ponto de vista diferente e ele precisa, obrigatoriamente, ser considerado. Antes de se tomar qualquer decisão.