Respeito é o que pede a nova campanha institucional da Rede Globo de Televisão, que chama o país para discutir o tema gênero sexual.
Já faz alguns anos que a principal geradora de conteúdo da América Latina tem se empenhado em ações de responsabilidade social. As novelas, por ser a maior vitrine da rede, têm se mostrado a melhor opção para isso.
Da leucemia em Laços de Família, de Manoel Carlos, às crianças desaparecidas e o envolvimento com as drogas, de Explode Coração e O Clone, ambas de Glória Perez, ao surgimento da AIDS como tem mostrado Os Dias Eram Assim. De uma forma ou outra, goste-se ou não, o que dizem as novelas da Globo é assunto no cotidiano das pessoas.
Desde o começo deste ano, a Globo tem mostrado vídeos com mensagens que evocam o respeito às minorias. Já houve abordagens com os negros, mulheres. O tema atual é a transsexualidade.
Muito oportuna a abordagem sobre os transgêneros. Antes da estreia de A Força do Querer, o Fantástico exibiu uma série de reportagens conduzida por Renata Ceribelli, mostrando a realidade deste grupo minoritário.
No Brasil, segundo levantamento feitos pelas principais entidades de defesas da comunidade LGBT, a cada 28 horas, um homossexual é assassinado de maneira cruel. A intolerância sexual é grave, mata, silencia.
Toda a trama da atual novela das nove que envolve o personagem Ivana/Ivan (Carol Duarte) foi pesquisada e baseada em relatos de muitos transgêneros que sentiram na pele, literalmente, o que significa este “desabrochar”.
Se quisermos de fato uma sociedade mais justa e igualitária, não se pode deixar de falar em respeito às diferenças. Aparentemente somos um povo cordial, mas os números de assassinatos refutam este conceito.
Ninguém precisa gostar, aprovar, reverenciar. O mínimo que se exige, e que se tem direito, é o respeito por aqueles que tentam apenas serem o que realmente são.