A relação deu certo, sim. Por um período. Ou será que depois de um tempo juntos, nada valeu a pena?
Uma amiga se separou e veio desabafar comigo. Chorava muito e tentava entender o que dera errado. Claro que num primeiro momento ela nem conseguiu meu ouvir. Mas depois de acalmá-la, tentei relembrar com ela os estágios da relação.
Foi então, que ela percebeu que estava muito enganada. Havia filhos, viagens, patrimônio material, amadurecimento, vida a dois. E isso não poderia ser menosprezado.
Chega a ser ingratidão desviar o olhar de uma história que foi vivida por você. Existe uma bagagem afetiva que encheu seu coração de esperança por um determinado tempo.
Nosso maior defeito e brigar contra a impermanência de tudo na nossa vida. Os anos me fizeram entender que tudo tem um tempo. Aliás, está escrito na Bíblia. Há um tempo determinado para todas as coisas debaixo do reino dos céus.
Talvez seríamos mais felizes se valorizássemos o presente. O hoje. Como dizia aquela personagem do Titanic – cada dia um dia. Ou ainda, o desejo do professor vivido por Robert Willians em Sociedade dos Poetas Mortos.
Você até pode buscar uma receita pronta. Seguir passo a passo cada um dos diversos mandamentos para que uma relação dê certo. Lamento trazê-lo à realidade. Se fórmulas tivessem eficácia, concorda que não haveria ninguém infeliz?
Eu, você, o outro. Cada um tem uma história, uma perspectiva de vida, um jeito de ver a vida e se relacionar. Juntos podemos ser muitos. Sozinhos somos singulares. Olhar-se, reconhecer-se, estabelecer empatia com o outro. São os caminhos que temos que percorrer. Para não fim, entendermos que mais bonito e honrosa que seja a chegada, o melhor sempre terá sido o caminho percorrido.
Não adianta lutar contra os fatos. Mesmo aquilo que é bom também acaba. E isso, de longe, não significa que foi ruim.