Deveria estudar, mas você gostaria mesmo é estar pegando o professor. Desculpe pelo gerúndio, mas ele se faz necessário neste caso.
O ambiente estudantil proporciona um grande momento de interação intelectual entre as pessoas e isso gera relações diversas, muitas vezes. Sempre resultado de muito burburinho, a relação afetiva entre aluno e professor é bastante questionada. Até onde vão os limites?
A decisão de gravar este vídeo partiu do questionamento de um sobrinho do coração. Ele queria saber se havia conflito ético no envolvimento de um professor com alunas do cursinho.
No caso dos pré-vestibulares, a relação entre professor e aluno é muito distante, fluída e direcionada. Com exceção daqueles que sentam na primeira carteira ou são monitores, é raro que o professor sequer lembre o nome da galera. É muita gente. É muita aula. É muito conteúdo. Embora seja uma relação totalmente passageira, seria prudente, talvez, que os contatos se resumissem à preparação para os vestibulares e Enem.
Já no ensino regular, seja o Médio ou Superior, acho totalmente anti-ético haver qualquer tipo de contato entre professor e aluno. No caso do Ensino Médio, por exemplo, se o aluno for menor de idade, isso também configura crime.
Nas faculdades também acho temeroso. Como um professor terá isenção para avaliar os trabalhos e provas de um aluno com quem está envolvido afetivamente? Não consigo acreditar que haverá imparcialidade.
E quais as garantias que este aluno não terá acesso às provas antes dos demais? Somos humanos e, portanto, parciais por essência. Fazemos escolhas todos os dias, da hora que acordamos ao anoitecer. Não se pode descartar, por exemplo, o surgimento genuíno de encontro amoroso. Também nas salas de aula as pessoas podem se apaixonar. Mas para evitar burburinho, comentários e fofocas, talvez seja bem prudente esperar um pouco para dar vazão aos sentimentos.