Metade não encontra outra metade, pelo menos quando o assunto é relacionamento. Se você procura alguém que te complete, sinto muito: vai ficar sozinho. Agora que o Dia dos Namorados passou e você também não pegou o santinho no bolo de Santo Antonio, o jeito é tocar a vida.
E sem essa ilusão de que existe uma outra metade que vai se encaixar perfeitamente em você. Isso não passa de uma balela romântica e tola.
Para que os relacionamentos deem certo é importante que eles se complementem. Que haja uma parceria entre eles. Um não pode estar nem à frente, nem atrás. Precisam comungar os mesmos ideais, projetos de vida a dois sem que isso signifique perder a identidade e, principalmente, a personalidade. Vinícius de Moraes, o nosso eterno poetinha, estava completamente errado quando disse que era “impossível ser feliz sozinho”. Não se pode colocar nos ombros do outro a felicidade que é só sua.
Numa canção mais recente, Marisa Monte rebateu os escritos de Moraes, compondo um belo samba do contraditório. Para ela, só é possível ser feliz a dois, depois de ser feliz sozinho.
Se você anda à procura da sua alma gêmea, saiba que as pessoas possuem um radar que identifica carentes profissionais. E elas fogem dessas figuras como o “diabo foge da cruz”.
Os carentes, por sinal, perdem o encanto por, geralmente, pelo excesso. São muitas as concessões, o despojamento, a falta de personalidade para parecer encantador aos olhos do outro.
Não há a menor possibilidade de um encontro assim progredir. Como bem disse minha terapeuta, se você comprar uma dúzia de laranjas, cortá-las ao meio e depois tentar juntá-las, não dará certo. Sempre ficará uma aresta, uma ponta.
Como as pessoas, ocorre exatamente o mesmo. Não existe panela para a sua tampa. Há panelas e tampas. Quando elas combinarem, talvez exista alguma possibilidade concreta de você ser feliz.