Intimidade revela, como a própria palavra enseja, algo que a gente não quer mostrar para todo mundo. De repente, alguém se trai e faz o que não deveria.
Quem nunca deu um bola fora, falou uma bobagem, se comportou de maneira indevida, pagou aquele mico? Atire a primeira pedra. Todos nós, em algum momento, falhamos ou falharemos. Ponto, parágrafo, na outra linha. A intimidade revela quem somos, de fato.
O problema hoje é que as redes sociais são absolutamente implacáveis. O centro das atenções no momento é o jornalista William Waack, âncora do Jornal da Globo. No ano passado, antes de uma entrada ao vivo e sem saber que estava sendo gravado, ele fez um comentário de cunho racista.
O vídeo, na minha modesta opinião, foi colocado propositalmente na rede na última quarta-feira. No mesmo dia, a Globo tirou-o do ar e deu uma nota, no próprio Jornal da Globo falando sobre o caso e informando que Waack pedia sinceras desculpas.
Aparentemente a carreira do jornalista, ex-correspondente internacional, com vasta experiência em política internacional, economia, parece ter descido ladeira abaixo.
O politicamente correto impedirá que a Globo aja de outra forma. Neste momento, em que a novela das 21 horas aborda o tema, depois de defender a apresentadora do tempo, Maria Júlia Coutinho, a Maju, e a atriz Taís Araújo, de ataques racistas, parece não haver outro caminho a seguir.
Vivemos vigiados o tempo todo. É um Big Brother constante. Qualquer deslize que você cometer, sempre terá alguém para gravar no celular, tirar um foto, colocar rapidinho das redes sociais.
E como a tela do computador esconde fascistas de todos os tipos, a pessoa terá a reputação avacalhada em questão de minutos.
Outro detalhe é que, por conta da glamurização que damos a quem aparece na televisão (ou mídia de maneira geral), criamos um personagem para as pessoas, que nem sempre corresponde à realidade. Os artistas também podem ser chatos. E terem preconceitos como todos nós.
Cuidado com o tamanho da pedra e a força do arremesso.